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Prefácio
Versos que voam livres como pássaros em busca de compreensão... eis como me sinto ao entrar em contato com a poesia de Faustino Santos. Em cada verso, podemos perceber este grande dilema de estar livre, 
sozinho (somos sempre sós?) como em:


“Vazio, / sensação amarga / a alma insiste e procura / o caminho que na frente se espalha”,


ou de se estar livre, solitário (busca de compreensão?),


“hoje eu quero fazer poesia / elementos que surgem no vão / falemos do vento ou da vida / a poeira em cima da estante / e da acompanhante solidão”.
 

Dilema que acompanha uma sonoridade muito específica em versos curtos, em que a influência da música revela-se forte, (ins)piração constituinte de palavras fortes, poéticas, num ritmo muitas vezes rápido, 
a ser lido num ritmo de beats frenéticos intensos:

“Fingem
e choram
brincam
e riem,
vestem
desnudam”


Em outros poemas, temos versos longos, aproximando-se de uma prosa-poética, em que a influência de múltiplas leituras se presentifica em uma sonoridade que 
remete a sonhos fugazes do cotidiano.
“Um dia quis brincar com a manhã
mas o amanhã ainda não chegou caminhei sozinho sob meu boné azul e o sol mesmo da manhã não me ofuscava já ouvi sons de carros que se perdiam apressados e nos trilhos de metal forjado se passavam vidas”
E entre esses dois estilos, há uma união forte 
que dá uma visão de conjunto a toda obra, a extasiante relação entre emoção e razão presente em cada verso, em cada poema. Toda a escrita perpassa esses dois  elementos, facultando ao leitor qual caminho a seguir,  mas que deve tentar trilhar os dois caminhos, (in)separáveis. Um pensamento forte, que surge desse sentir o cotidiano, sentir com todos os sentidos possíveis (e 
impossíveis?). Pensamento que nos leva a pensar em nosso próprio cotidiano, nossas saudades, nossas angústias, nossos caminhos, nossa solidão... E pensar não 
só com a razão, sobretudo com a emoção singular de cada um de nós, o que nos leva a ampliar nossa própria visão da vida.


Uma obra importante para nossos dias, em que pensar a vida resume-se em trabalhar e ganhar (ou não) dinheiro e se mostrar em redes sociais. Pensar e sentir tudo, de várias formas, eis o que a poesia de Faustino Santos nos deixar como algo de mais precioso!
 

Um viva à poesia!!
 

Adilson Ventura
Linguista e poeta
Vitória da Conquista, 25 de julho de 2022

Pensamentos contínuos - Faustino José dos Santos Neto

R$ 35,00Preço
  • Poesia

    124 páginas

    14x21cm

    Capa laminação fosca

    Miolo papel polen 80g

    ISBN  978-65-990345-7-2

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